terça-feira, 20 de março de 2012

Com os olhos no espelho retrovisor



Nossa vida é uma estrada. Estamos avançando rumo a um destino e, ao longo do caminho, passamos por determinados obstáculos.

Por certo não atravessamos somente quilômetros e mais quilômetros de estradas bem pavimentadas e tão regulares que raramente sentimos uma oscilação em nossas vidas. Bem pelo contrário!

Há momentos em que os solavancos e obstáculos são tantos, que muitas vezes gostartíamos de descer e sentar ao lado da estrada. Mas não temos como sentar e deixar a vida passar adiante de nós. Já que estamos aqui, façamos o melhor com o que Deus nos deu. Aproveitemos a bênção que é viver, não importando o estado da estrada, mas aquele que desenhou o 'veículo' (que somos nós), bem como todo o percurso.

Há períodos em que passamos muito tempo com os olhos no espelho retrovisor.
O espelho retrovisor nunca mostrará o que vem adiante, apenas o que já passou, já aconteceu. Mas até que ponto é bom que fiquemos presos aos fatos do passado?

Há quem se prenda a pessoas que não fazem mais parte da vida, mas não tem conseguido lidar com a perda; outros, com um evento tão chocante, que não conseguem deixar de olhar para trás e reviver aquele momento. Há aqueles que se prendem a uma ofensa sofrida, outros a uma ofensa feita a alguém. Há quem se prenda a uma rejeição do passado, a um tratamento desigual, a uma injustiça... A lista daquilo que enxergamos pelo retrovisor é bem longa, mas algo deve ser ressaltado:

QUANDO OLHAMOS SOMENTE PARA O QUE ESTÁ APARECENDO NO ESPELHO, POR MAIS QUE DEMOS (OU TENHAMOS) A IMPRESSÃO DE ESTARMOS OLHANDO PARA FRENTE, NÃO O ESTAMOS FAZENDO, E MAIS, NÃO ESTAMOS APROVEITANDO A VIAGEM QUE DEUS NOS PROPORCIONOU.

Enquanto nos ocupamos com o que nos prende ao passado, perdemos de viver o presente, e não teremos capacidade de pensar, de desejar nada para o futuro. Mas é importante entender que Deus nos dá cada dia que chamamos de presente como exatamente isto - uma dádiva!


"Não vos lembreis das coisas passadas, nem considereis as antigas. Eis que faço uma coisa nova, agora sairá à luz; porventura não a percebeis? Eis que porei um caminho no deserto, e rios no ermo."
Is. 43:18,19


É claro que não é fácil de uma hora para outra mudarmos de opinião e focalizar o que está adiante. Isto exigirá um esforço consciente para que sejamos tranformados de dia em dia.

      "Bendize, ó minha alma, ao SENHOR, e não te esqueças de nenhum de seus benefícios.
      Ele é o que perdoa todas as tuas iniqüidades, que sara todas as tuas enfermidades,
     Que redime a tua vida da perdição; que te coroa de benignidade e de misericórdia,
     Que farta a tua boca de bens, de sorte que a tua mocidade se renova como a da águia.
     O SENHOR faz justiça e juízo a todos os oprimidos."
     Salmos 103:2-6


Um primeiro passo é termos claro quem é Deus para nós. Se Ele é quem nos resgatou, quem nos ama e nos presenteia com a vida a cada momento, como não agradecê-lo vivendo?

Se os olhos que fitam o retrovisor enxergam um pecado cometido contra si, ou pecados que cometeu, eles podem ser perdoados. Primeiro porque o SENHOR JEsus nos diz para perdoarmos ao próximo para sermos perdoados, para amar ao próximo como a nós mesmos. Desta forma, não desejaremos para o outro o que não queremos para nós, e teremos a consciência de que em misericórdia o SENHOR age para conosco para que sejamos misericordiosos para com os que pecaram contra nós.

Se o pecado é daquele que olha para o retrovisor com olhos de remorso, de culpa, ouça a voz do Único Deus, amoroso e que está pronto a perdoar:


"Misericordioso e piedoso é o SENHOR; longânimo e grande em benignidade.
Não nos tratou segundo os nossos pecados, nem nos recompensou segundo as nossas iniqüidades.
Assim como está longe o oriente do ocidente, assim afasta de nós as nossas transgressões.

Assim como um pai se compadece de seus filhos, assim o SENHOR se compadece daqueles que o temem."
Sl 103:8,10,12-13



Às vezes somos tão severos conosco mesmos, que recusamos o perdão do SENHOR para nossas vidas. É bom meditar na Palavra de Deus - que nos orienta na estrada -, mudar nossos padrões e forma de enxergar, aprender a deixar de olhar para trás.

Há um caminho tão lindo adiante de cada um de nós, mas não poderemos apreciá-lo verdadeiramente enquanto estivermos com os olhos fixos no retrovisor. Nosso olhar fixo no que passou não nos permite focalizar no que está adiante de nós a cada metro da estrada.

Tire os olhos do retrovisor, pare de olhar para o que já passou. Deixe o passado ser apenas isto: passado. As coisas pelas quais passamos servem para referência, para aprendizado, experiência para o que nos aguarda. O que Deus tem para nós é maravilhoso, o que falta é aprendermos a apreciar e a ser gratos.

"Porque eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o SENHOR; pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais."
Jr 29:11


Aproveite o caminho, até o dia de chegar em casa e encontrar-se com seu Pai!

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Bullying "evangélico"?



Hoje em dia, a palavra da moda é o 'bullying', e de acordo com a definição dada pelo site 'wikipedia' é um termo utilizado para descrever atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo (do inglês bully, tirano ou valentão) ou grupo de indivíduos causando dor e angústia, sendo executadas dentro de uma relação desigual de poder. Quem de nós já não passou por isso? Lembremo-nos de nossos anos de escola... Ou será que não precisamos ir tão longe assim?

Como a igreja é uma comunidade formada por pessoas, temos visto (e vivido) isto dentro da igreja! Apelidos, fofocas, relações de poder baseadas no autoritarismo... Infelizmente, temos visto e passado por isto no meio onde supostamente não deveríamos ser vítimas ou provocadores de tais situações.


"Não é verdade que Ele não mostra parcialidade a favor dos príncipes, e não favorece o rico em detrimento do pobre, uma vez que todos são obra das suas mãos?" (Jó 34.19 NVI)



Como vimos, a palavra de Deus nos diz qual é a posição de Deus com relação à criação de suas mãos, e entendemos, a partir da atitude de doação da parte de Deus, nos dando Cristo por nossos pecados, e da própria atitude de Cristo, em sofrer por aqueles que nada de bom tinham a oferecer (nós), que Deus não está interessado em rótulos, em esteriótipos, em jogos de poder - e Ele tem TODO o poder!

E qual é mesmo o grande mandamento?


"Ame o SENHOR, seu Deus, de todoo o seu coração, de toda a sua alma, e de todo o seu entendimento. Este é o primeiro e maior mandamento. E o segundo é semelhante a eel: 'Ame ao seu próximo como a si mesmo'. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas". (Mt. 22.37-40 NVI)


Sabemos que é muito mais fácil falar de amor do que exercer amor. é um ato voluntário, e precisamos nos esforçar para faze-lo, é verdade. É muito mais fácil andarmos com o nosso grupo de amigos, nos aproximarmos dos nossos iguais, e deixar que os 'diferentes' se encontrem, e preferencialmente distantes de nós.

A própria Palavra de Deus diz que há diferentes dons e operações. Não seria porque Deus nos criou uma maravilhosa diversidade? Não seria porque na diversidade podemos VERDADEIRAMENTE exercer o amor, obedecendo ao mandamento do SENHOR?

Ouvimos pessoas comentar, ou somos, muitas vezes, as pessoas que comentamos sobre atitudes de lideranças... Em primeiro lugar, cuidado com a língua (embora isto vá se enquadrar em um texto posterior), e por outro lado, observemos as atitudes de Jesus aqui.

Não encontramos Jesus 'resistindo' pessoas, chamando-as de 'encapetadas', cortando-as de atividades ministeriais, dizendo com que grupo dentro daquela comunidade de seguidores elas deveriam ou não andar, mas orientando-as em amor e sabedoria em todo o tempo. Não vemos Cristo separando um time de bonzinhos para caminhar com Ele, deixando os 'berebentos' de fora (consideremos o fato de que a pessoa mais 'ilustre' a caminhar com Cristo, o mais 'imaculado' socialmente, era o traidor). Jesus não fez acepção de pessoas em nenhum momento!

Vemos Cristo advertindo os líderes religiosos (e a palavra correta é essa mesma, religiosos). Vemos Cristo dizendo que Eles não deveriam se colocar na porta dos céus, impedindo aqueles que desejam entrar, chamando-os de hipócritas, por pregar uma coisa e viver outra (todo o capítulo 23 do Evangelho de Mateus é dedicado a este tema), por estabelecer jugos pesados demais para que os outros carreguem (embora eles mesmos não o fizessem), exercendo pressão psicológica, assediando moralmente os mais 'fracos' na relação de poder (líder - liderado).

Não estamos falando apenas de usos e costumes, nem 'criticando' esta ou aquela denominação, estamos falando de pessoas. Pessoas que, 'em nome de Deus', discriminam, 'matam', aleijam o corpo de Cristo. Observemos e sigamos o que diz a Palavra de Deus:


"Acima de tudo, porém, revistam-se do amor, que é o elo perfeito." (Cl. 3.14 NVI)


Nos versículos anteriores deste mesmo capítulo, está escrito que precisamos ser humildes, bondosos, ter compaixão, mansidão e paciência, perdoando-nos uns aos outros.

Se praticamos ou sofremos qualquer tipo de assédio na igreja, que o Senhor trate conosco, para que sejamos capazes de amar, perdoar (nos perdoar a nós mesmos) e continuar amando a cada dia, seguindo o exemplo de Cristo, para que sejamos restaurados nEle.

E estejamos atentos para um detalhe MUITO importante: bullying na igreja é uma porta aberta, um convite ao nosso adversário. A cada vez que há uma atitude assim, ele gargalha, pois continua a roubar, matar e destruir, DENTRO DO POVO DE DEUS. Estejamos vigilantes, em nome de Jesus, e sigamos a paz com todos e a santificação!

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Deus fez as nossas malas

Este vídeo é bastante interessante. Muitas vezes, pensamos acerca de tudo o que Deus faz na vida do outro, de como Ele capacitou o outro, em como o outro faz tudo aquilo que "eu" gostaria de estar fazendo.
O nosso Pai, que nos gerou com um propósito específico, preparou-nos na medida deste propósito, e a cada um capacitou pra viver o propósito. Assim, que não seja nossa atitude a de olhar para o outro e acusá-lo de fazer tudo, ou de estar em destaque, nem de querer viver o que é plano do Senhor para ele, e não para a nossa vida, pois, como diz a Palavra:
"Sobretudo, amem-se sinceramente uns aos outros, porque o amor perdoa muitíssimos pecados. Sejam mutuamente hospitaleiros, sem reclamação. Cada um exerça o dom que recebeu para servir aos outros, administrando fielmente a graça de Deus em suas múltiplas formas."
1 Pedro 4.8-10 (NVI)
Quando olharmos para o outro, lembremo-nos de que o Pai que lhe fez a mala, fez também a nossa. Sejamos gratos ao Senhor pelo propósito dEle em nossas vidas, assim como é importante que nos amemos. Da mesma forma, que não venhamos a achar nossas malas pesadas demais, pois o Pai que faz a mala sabe que o filho é capaz de carregá-la e que não o fará sozinho.
Como corpo, cada um de nós tem sua função, e todos temos igualmente importância.
Alegremos-nos no Senhor, naquilo que Ele tem feito em nós, por nós e através de nós. Ele é perfeito, e determinou a cada um de nós um papel com o nosso "manequim".

sábado, 8 de janeiro de 2011

Unidade




Temos hábito de dizer “vamos à igreja”. Temos uma idéia institucionalizada com base na nossa cultura para algo que não tem este significado que atribuímos. Assim sendo, vamos conhecer um pouco mais para entendermos em que Deus pensou quando nos chamou.

ἐκκλησία (ekklesia) – significa “chamados”. Ora, quem foi chamado o foi de um lugar para outro, de uma realidade para outra. Estávamos nas trevas, no pecado, na morte. Em Cristo, ou por Cristo, fomos chamados para fora deste lugar de morte e para um lugar de vida. Este lugar de vida é o Corpo de Cristo, que é O cabeça.


“Ora, assim como o corpo é uma unidade, embora tenha muitos membros, e todos os
membros, mesmo sendo muitos, formam um só corpo, assim também com respeito a
Cristo. Pois em um só corpo todos nós fomos batizados em um único Espírito: quer
judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres. E a todos nós foi dado de beber
de um único Espírito.

O corpo não é feito de um só membro, mas de
muitos. Se o pé disser: ‘Porque não sou mão, não pertenço ao corpo’, nem por
isso deixa de fazer parte do corpo. E se o ouvido disser: ‘Porque não sou olho,
não pertenço ao corpo’, nem por isso deixa de fazer parte do corpo. Se todo o
corpo fosse olho, onde estaria a audição? Se todo corpo fosse ouvido, onde
estaria o olfato? De fato, Deus dispôs cada um dos membros no corpo, segundo a
Sua vontade. Se todos fossem um só membro, onde estaria o corpo? Assim, há
muitos membros, mas um só corpo.

O olho não pode dizer à mão: ‘Não preciso de você!’. Nem a cabeça dizer aos pés: ‘Não preciso de vocês!’. Ao contrário, os membros do corpo que parecem mais fracos são indispensáveis, e os membros que pensamos ser menos honrosos, tratamos com especial honra. E os membros que em nós são indecorosos tratamos com decoro especial, enquanto os que em nós são decorosos não precisam ser tratados de maneira especial. Mas Deus estruturou o corpo dando maior honra aos membros que dela tinham falta, a fim de que não haja divisão no corpo, mas, sim, que todos os membros tenham igual cuidado uns pelos outros. Quando um membro sofre, todos os outros sofrem com ele; quando um membro é honrado, todos os outros se alegram com ele.

Ora, vocês são o corpo de Cristo, e cada um de vocês, individualmente, é membro desse corpo.”

1Co. 12.12-27


Assim somos nós. Somos um ‘corpo’ se pensarmos num universo menor (igreja local). E somos corpo de Cristo no contexto maior de igreja de Cristo, Noiva.

Pensemos em como um corpo se comporta. Paulo diz aos Coríntios que todo o corpo é importante e necessário, cada uma de suas partes. E ainda disse que se um membro sofre, todos com ele sofrem; da mesma forma, se um membro é honrado, todos se alegram com ele.

Ora, um corpo não pode ‘funcionar’ se não houver um objetivo comum, se a cabeça não enviar ordem aos membros, se o sangue que corre numa parte do corpo não correr nas outras partes também.

Assim, entendemos que somos um, e que Deus deseja é unidade. De outra forma, as coisas não vão acontecer! Sem unidade, não seremos nós igreja que avançaremos contra as portas do inferno (que de acordo com a Palavra, não prevalecerão contra nós – SE estivermos unidos, acrescetemos).

As pessoas que competem em remo só vencerão se todos no barco remarem juntos, movendo-se e numa mesma direção e com um mesmo alvo. De outra forma, se verão em círculos, embora se esforcem e por algum tempo pensem que estão chegando a algum lugar. Nós, da mesma forma,


“uma vez que cercados por tão grande nuvem de testemunhas, livremo-nos de tudo o
que nos atrapalha e do pecado que nos envolve, e corramos com perseverança a
corrida que nos é proposta”
Hb. 12.1


O que nos atrapalha hoje? Talvez uma sociedade que nos diz que o correto é viver o cada um por si? Um mundo capitalista e consumista que despreza amor e amizade? A religiosidade? Convenções? Pode ser, pois este mundo difere em muito dos padrões de Cristo!



“Minha oração não é apenas por eles. Rogo também por aqueles que crerão em mim,
por meio da mensagem deles, para que todos sejam um, Pai, como Tu estás em mim e eu em Ti. Que eles também estejam em nós, para que o mundo creia que Tu me
enviaste. Dei-lhes a glória que Tu me deste, para que eles sejam um, assim como nós somos um: eu neles e Tu em mim. Que eles sejam levado à plena unidade, para que o mundo saiba que Tu me enviaste, e os amaste como igualmente me amaste.”
Jo. 17.20-23



Vemos que Jesus intercedeu por nós antes que fosse à cruz, para que nele e em Deus fôssemos um. Para que vivêssemos plena unidade por causa do amor dele por nós e por aqueles que serão alcançados através de nós.

Jesus também intercedeu por nós para que pudéssemos interceder por nossos irmãos, pelas outras partes do corpo, para que da mesma forma que amamos a nós mesmos e de nós mesmos com tanto apreço temos cuidado, cuidemos das outras partes do corpo; sofrendo quando sofrem, nos alegrando quando se alegram, certos de que o mesmo sangue derramado na cruz por eles também o foi por nós.

Que da mesma forma que reagimos instintivamente ao recear sermos feridos em nosso corpo, quando involuntariamente protegemos determinada parte, da mesma forma, protejamos o corpo que somos em Cristo, cuidando uns dos outros em amor, a despeito do que nos ensina a sociedade, a mídia, ou a ‘religião’.

Oremos uns pelos outros, nos interessemos em amor pelo que o outro tem a dizer, nos aproximemos, para que vivamos o amor que, muitas vezes, parece estar adormecido em nosso interior. É para isto que fomos chamados. Para sermos um, para vivermos em amor.



“revesti-vos de amor, que é o vínculo da perfeição. E a paz de Deus, para a qual também fostes chamados em um corpo, domine em vossos corações; e sede agradecidos.”
Cl. 3. 14, 15


quarta-feira, 15 de setembro de 2010

O Jugo de Cristo





"Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de
coração; e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave
e o meu fardo é leve."
Mt. 11. 29, 30 (ACF)



O jugo era posto antigamente sobre os bois e, com a força destes bois, a terra era preparada para o plantio. Ora, um boi sem experiência nao vai trabalhar da maneira como o senhor da terra deseja; assim, um boi mais experiente dividia o jugo (lado a lado) com o boi menos experiente, de modo que o segundo aprendesse com o primeiro quantas horas por dia deveria trabalhar, qual caminho a seguir, em que direção... Quando o boi inexperiente desejasse parar e nao fosse ainda hora de parar, o boi mais experiente o incentivaria a prosseguir até onde deveriam e até a hora em que deveriam trabalhar durante o dia.

Será que não é assim conosco? Hoje em dia as pessoas têm uma ideia de evangelho fácil, em que vamos à igreja, recebemos bênçãos e vamos para casa, vamos para o trabalho, ganhamos muito dinheiro, adquirimos bens... Como se tudo que tivéssemos a fazer sobre esta terra fosse ter vida abundante de acordo com os padrões humanos.

Não queremos, com isso, dizer que somos contra viver confortavelmente. Apenas queremos esclarecer quais são nossas prioridades. Quando Cristo deixa de ser prioridade, há algo errado.


"Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas
coisas vos serão acrescentadas".
Mt. 6.33 (ACF)



Na verdade é bem simples: Jesus está do nosso lado para nos direcionar enquanto estamos preparando esta terra para que Ele venha!

Temos um trabalho, embora não gostemos de falar em jugo, em trabalho, mesmo que o jugo de Cristo seja leve e seu fardo suave. Realmente, não fazemos nada por cobrança, por demandas humanas, mas por amor do tipo amor de Cristo, é Ele que nos impele a caminhar mais uma milha, a avançar, a perdoar a ofensa, a anunciar o evangelho mesmo quando não estamos tão dispostos a sair de nossa zona de conforto. É claro que não nos é pesado o que fazemos em amor. Será que Cristo achou pesado demais morrer naquela cruz? Sacrificar seu bem estar em favor de tanta gente não merecedora? De jeito algum. Ele levou todo o peso, ele caminhou todo este caminho levando toda a carga por nós.

Hoje, com Ele caminhamos esta carreira, nos preparando (sendo santificados, crescendo na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador) e preparando a terra (anunciando o evangelho de Cristo) para que Ele venha.

É Ele que nos ajuda a suportar a caminhada, a vencer as tentações, foi Ele que intercedeu por nós antes mesmo da cruz e continua a interceder por nós, para que prossigamos e vençamos a carreira proposta (Hb. 12.1).

Tomar o jugo de Jesus significa nada mais do que caminhar em comunhão com Ele, lado a lado, num mesmo propósito, sabendo que Ele nos conhece, e não passaremos por nada além do que podemos suportar, pois tudo aquilo que não podíamos suportar Ele mesmo já suportou por nós!

Tome um tempo para meditar acerca disto e então agir, e certamente verá transformação. Se acha que está levando todo o peso sozinho, divida com Ele - basta olhar para o seu lado, Ele está aí. Se não sente que está vivendo para o que nasceu, Cristo está bem do seu lado, esperando para poder caminhar contigo!

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

"Querido Papai Noel..."

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A esta época do ano nos cansamos de ouvir esta frase na TV, em tantos filmes e animações sazonais, ou os jornais divulgando ‘adoção’ de cartas ao Papai Noel. Mas o que representa esse “querido Papai Noel”?


Esta frase representa o desejo do ser humano de satisfação, isto é certo. Mas objetos satisfazem? Não pensamos assim! Bens materiais são bons? Podem até ser, mas não são satisfatórios. Para que nos contentaríamos com as dádivas em vez de buscar a face do Doador?


Esta frase, esta época, as promoções... Tudo isto denuncia o apelo comercial da estação. E denuncia ainda outra coisa: o foco distorcido da visão do homem – o de querer o que pode vir das mãos de Deus, em vez de buscar conhecê-lO, buscar Sua Face.


Ora, quando pensamos em uma criança que escreve uma cartinha que começa com “querido Papai Noel”, a ela pouco importa se esta pessoa é real, se a barba é sintética ou se a barriga é de espuma. A ela importa ter aquilo que a ele pediu.


Em nossa cidade os Correios recebem estas cartas – inclusive de adultos –, com os mais diversos pedidos, desde emprego até ceia de natal. É claro que estes não acreditam que Papai Noel existe, a única questão é ter seu desejo atendido, não importa quem o atenda.


Talvez você esteja se perguntando: Onde queremos chegar com isto?


Quantas vezes temos nos colocado em ‘oração’ com uma listinha que muito bem poderia ter em seu cabeçalho a expressão ‘querido Papai Noel’? Quantas e quantas vezes vamos diante da presença de Deus apenas com pedidos, e então dizemos: “boa noite, Deus, até amanhã”. E quando acordamos já há uma nova listinha pronta.


Afinal, sabemos quem É Deus, ou apenas ouvimos a respeito dEle, mas não O conhecemos, de fato? Jó reconheceu que este era um problema em sua vida:


“Com os ouvidos eu ouvira falar de ti; mas agora te vêem os meus olhos. Pelo que
me abomino, e me arrependo no pó e na cinza”.
(Jó 42.5,6)


Deus teve um propósito especifico ao criar o homem, senão não o teria feito com suas próprias mãos e soprado de Sua Essência nele. Bastava dizer “haja”, e o homem viria a existir. Por que então Deus fez o homem com suas mãos e deu a ele uma pequena parte de Si mesmo?


Porque Ele desejava relacionamento! Todos os animais criados a partir do “haja” de Deus tinham provisão, mas para o homem, muito além da provisão, Deus reservou comunhão, e assim foi até o pecado, que separou o homem dEle, pois não é possível o pecado estar na presença daquele que é Santo, Santo, Santo. Mas Cristo é o nosso Mediador, e nos trouxe de volta para aquele lugar que fora perdido no passado. Então qual o problema?


Conhecer a Deus! Se conhecemos nossos amigos, se conhecemos nossos namorados e cônjuges à medida que nos relacionamos com eles, da mesma forma acontece em nosso relacionamento com Deus! Temos acesso, pois o véu foi rasgado há tanto tempo! Nosso Deus não é fictício, não está distante, e anseia por intimidade conosco, pelo momento de estarmos diante dEle, derramando nossos corações, buscando Sua Face.


Está na hora de reavaliarmos nossos conceitos!

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Apresentando... Refletir e Contemplar

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Para mim, estas palavras representam duas situações distintas.Uma delas, a mais óbvia, é de realmente refletir e contemplar temas e propósitos, ainda mais se consideramos esta época do ano, tão propícia a tais ações (embora para alguns isto possa tornar-se um exercício masoquista e deprimente).

Mas a outra, e esta é a que me interessa, refere-se a 2 Coríntios 3.18:

"E todos nós, que com a face descoberta, contemplamos a glória do SENHOR,
segundo sua imagem estamos sendo transformados com glória cada vez maior, a qual vem do SENHOR, que é o Espírito (Santo)"
Bíblia NVI.

A palavra contemplar aí, no grego κατοπτρίζομαι - katoptrizomai, tem dois sentidos: o de refletir (como encontramos em outras versões da Bíblia) e o de contemplar (como aí está). E diz respeito a duas realidades que não podem existir separadamente. Para refletir a glória de Deus como num espelho, é necessário contemplar (voluntariamente fixar o olhar) ao SENHOR! Intimidade, busca, conhecer, passar tempo com Ele.

É disso que falaremos aqui, de estar na presença de nosso Deus, de refletir e contemplar sua glória e de nos deleitar na sua Santa presença.

Vamos refletir e contemplar!